segunda-feira, 20 de abril de 2015

INDICADORES EDUCACIONAIS....... PARA QUE?

Uma chuva de indicadores educacionais e avaliações para que? Para constatar em todos eles o que já se sabe: O aluno das escolas brasileiras lê e escreve muito mal. Com esses dados, vamos refletir e estudar sobre metodologias: Piaget, Decroly, Vygotsky, Freinet e outros. Em uma nova concepção de didática, temos: “Programa Ler e Escrever”, “Programa Toda a força no ciclo I”.
Todo esse aparato de estudo e pesquisa, nos remetem às dificuldades de leitura e interpretação de textos, pois uma educação com qualidade exige a exploração da linguagem oral e escrita desde a Educação Infantil.
Já na Educação Infantil, se deve desenvolver pro professores e pais, o incentivo à leitura diversificada. Produzir leitores é um desafio, pois estes estão desaparecendo. A leitura é uma espécie de diálogo entre autor e leitor. Nesse processo o leitor constrói significados para o texto e o compreende. Param que a interação entre autor e leitor aconteça, no entanto é preciso que o leitor disponha de conhecimentos que nem sempre são obtidos em situações escolares.
A leitura é mais eficiente quando os leitores conhecem as convenções, as características, o tipo de estrutura da leitura em que vão iniciar. Será que o leitor conhece as intenções comunicativas do autor? O texto é para informar, comunicar, divertir, apresentar uma argumentação? Em que época foi escrito? Para quem? O leitor deve conhecer os vários tipos de gêneros de leitura.
O leitor deve ter um objetivo para essa leitura. Os objetivos do leitor, determinam suas estratégias de leitura e o ritmo da mesma. Ler por ler ou ler pra que
Não só de objetivos se faz uma leitura, mas também de experiências anteriores de leitura. Essas experiências anteriores de leitura e de vida, podem influenciar nas atitudes do leitor e sua capacidade de interpretar e criticar.
Um bom leitor não se faz por acaso, ele começa na infância, em casa, com a família oferecendo contato com a leitura e despertando sua importância para o entendimento. Estudar palavras soltas, sílabas isoladas e exercícios repetitivos de cópias pode sim, desestimular o interesse pela leitura e escrita.
A maneira de se encarar o ato de ler, pode sim influenciar a maneira de escrever. A leitura, como a escrita, não dever ser encarada como decodificação de sons e letras, mas sim, atividades que façam sentido para o aluno, tanto na leitura como na escrita.
O mundo está cheio de coisas escritas e provavelmente, as crianças desde cedo, já sabem que aquela “escrita”, quer dizer alguma coisa. Elas não entendem aquela “grafia estranha”, mas sabem que tem um significado e servem para transmitir uma mensagem. Quando as crianças chegam na escola, elas já levam de casa algumas experiências com leitura e escrita, feitas em casa, com a família.
Famílias, com um pouco mais de hábitos de leitura, principalmente os pais, induzem nas crianças, formas de leitura também como prazer e instrumento de comunicação pessoal. Ao mesmo tempo, muitas crianças foram escolarizadas exclusivamente com cartilhas e livros didáticos, sem ter sido convidada a folhear livros, jornais ou até mesmo um simples catálogo informativo, muitas vezes não gostam de ler.
Para uma criança, em idade escolar, não basta ser alfabetizado, tem de ser letrado. O letramento consiste na prática social da leitura e da escrita. Para Magda Soares (1998) “letramento é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura e escrita; é também o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e suas práticas sociais”.

Para formar indivíduos letrados e não só alfabetizados, precisamos criar situações de leitura com tipos de textos que circulem no meio social. Textos que façam sentido na vida social da criança. Toda a criança, deve em seu tempo escolar, saber ler e redigir uma carta, interpretar uma bula de remédio, se familiarizar com a ficha de um animal do zoológico. Pesquisar uma palavra ou tema na internet ou mesmo em um livro.

domingo, 12 de abril de 2015

RESILIÊNCIA NA EDUCAÇÃO, POSSIBILIDADE OU REALIDADE!



Falamos muito de mudanças na escola, a “escola” precisa se reinventar, tornar-se mais atrativa para o aluno. É estranho esse termo, pois a “escola” somos nós. Nós precisamos nos reinventar. Aqui falo não só de professores, mas coordenadores, diretores, funcionários, pais, alunos e comunidade e a própria Secretaria da Educação, com suas resoluções, normas, decretos e etc. e tal.
A sociedade apresenta novos desafios e busca por espaços profissionais e pessoas, por isso temos de nos preservar psicologicamente e dar as respostas ás exigências propostas. Reagir com flexibilidade e capacidade de recuperação diante dos desafios, tendo uma atitude otimista.
Em Psicologia, o termo “Resiliência” é visto como uma pressão às situações de risco e a capacidade de dar respostas a um ajustamento, ou seja, a capacidade do indivíduo se ajustar e adaptar-se a uma nova situação, como resposta à pressão ou situação de risco ou estresse. Esse processo leva a evolução do indivíduo, pois ele trabalha suas “defesas psicológicas e culturais”.
Resiliência, segundo Ruegg (1997) seria a resistência e perseverança da pessoa humana face às dificuldades que encontra. Isso não quer dizer que essas pessoas se tornem mais passivas e conformadas. Ao contrário, espera-se que elas se tornem mais fortes e equipadas para poder intervir de modo mais eficaz, na transformação da própria sociedade.
A formação do cidadão passa pela escola e a importância de se repensar no processo ensino aprendizagem. Aqui não só ensino aprendizagem aluno-professor, mas ensino aprendizagem escola-cidadão. Para uma pessoa, determinada situação pode gerar perigo e enquanto para outra, pode ser um grande desafio a sua evolução.
Garbardino (1992) “aqueles que estudam a pessoa numa perspectiva ecológica, são capazes de ver o indivíduo e seus ambientes como sistemas de formação mútuos, onde cada sistema muda no decorrer do tempo e cada um deles adapta-se como resposta às mudanças ocorridas no primeiro...”
É preciso pôr as pessoas a pensar, a refletir, a questionar e a questionar-se e não a responder a perguntas colocadas pelos outros e, aqui entram professores e educadores, reduzindo o conhecimento do que está implícito na pergunta.
Os alunos e professores deveriam interagir nos processos de ensino-aprendizagem como colocadores de questões inovadoras e desafiantes e não como respondentes a perguntas feitas e estereotipadas sobre os saberes adquiridos e estáticos.
A resiliência aplicada na escola, mexe não só com a forma, mas mexe com o conteúdo e principalmente com sua estrutura organizacional.
TAVARES, José - Resiliência e educação -2001