Interpretar um texto é entender o
que se está lendo.

A Hermenêutica, a área da
filosofia que estuda isso, diz que é preciso seguir três etapas para se
obter uma leitura ou uma abordagem eficaz de um texto:
a)
Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já
com conhecimentos prévios sobre o assunto ou área específica. Isso significa
dizer, por exemplo, que se você pegar um texto que possa ser relacionado com a
realidade do aluno. Assim sendo, ele vai trazer seus conhecimentos sobre o
assunto, ou seja, conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.
Ações:
Viu uma palavra esquisita?
Procure o significado dela, podendo usar o dicionário.
Aqui o aluno já vai aumentando
seu repertório de palavras, seus significados e sinônimos.
Com a leitura de frases, o aluno
descobre que através das frases, se expressam as ideias sobre o texto. Nessa
fase, podemos trabalhar novas frases, mas sem perder o significado do texto.
Atividades:
Lista de palavras
Escrita ou reescrita de frases, a
partir de gravuras ou exploração na oralidade.
b) Compreensão: já com a
pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informações
novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor
“prende” a informação nova com a dele e “agarra” (compreende) a
intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu entendi, mas não compreendi”.
Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a
explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto. “O que o
texto fala”
Ações:
Na roda de conversa, a partir do
entendimento do texto, o aluno trazer suas experiências sobre o assunto. Trazer
o texto para a sua realidade.
Atividades:
Registro na lousa das estórias dos
alunos.
c) Interpretação: agora sim. A
interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compreendê-lo
(sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É
formada então o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A
interpretação supõe um novo texto. Significa abertura, o crescimento e a
ampliação para novos sentidos.
Ações:
Explorar, através de atividades de
pesquisa, como o aluno falaria essa estória se ele fosse o personagem.
Atividades:
Produção individual, pois aqui o aluno
vai colocar suas ideias, fazer a sua estória a partir do entendimento da
estória lida.
Essas produções alem de gráfica, pode
também ser através de desenhos. Isso varia de acordo com a fase em que o aluno
se encontra.
Leitura de textos diversos para alunos
já alfabetizados
1) Leia com um dicionário por perto
Não existe mágica para atingir a
primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom nível de
leitura. Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver
com um dicionário por perto. Viu uma palavra esquisita, que você não conhece?
Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra isso) e anote-a. Em seguida,
vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tempo o seu
vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao
dicionário toda hora.
2) Faça paráfrases
Para chegar ao nível da compreensão,
é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou uma nova apresentação
do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras
dele. Para isso é bom registrar essas paráfrases no caderno.
Ações:
Registras a paráfrase;
*Comece sublinhando as ideias
principais, selecione as palavras-chave que identificar no texto e parta para o
resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas sim fazer uma
indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava
escrito.
*Além dos passos do resumo, também
inclui a sua participação com um comentário sobre o texto. Você deve pensar
sobre as qualidades e defeitos da produção, justificando o porquê.
*Depois de encontrar as ideias ou
palavras básicas de um texto, você faz um esqueleto do texto em tópicos ou em
pequenas frases.
3) Leia no papel
Um estudo feito em 2014 descobriu que
leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um tipo de leitor
digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos
do que aqueles que leram a mesma história em papel. Os pesquisadores justificam
que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou
controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita
a experiência sensorial e reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto,
a sua capacidade de interpretar o que aprendemos. Ou seja, sempre que
possível, estude por livros de papel ou imprima as. Vale fazer notas em
cadernos, pois já foi
provado também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor
do que estuda.
4) Reserve um tempo do seu
dia para ler devagar
Uma das maiores dificuldades de quem
precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificuldades para
interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo
de um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o
nosso cérebro lia de forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes
sensoriais (a própria distribuição do desenho da página) para lembrar
de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa
frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos
textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em
que poderá “ler mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a
gente tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos.
Os especialistas explicam que
essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links e
distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores
do “slow-reading” (em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável
é que você reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de distrações
tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a
capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem
além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!
Bibliografia
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